terça-feira, 23 de abril de 2019

A HISTÓRIA FRAGMENTADA DA IMIGRAÇÃO E O "NÃO PERTENCIMENTO"

Durante cinco anos de pesquisa diária, para reconstituir a história da imigração de meus ancestrais sardos (sendo representante da segunda geração no Brasil e com DNA 100% estrangeiro), não pude deixar de observar o quanto o registro da história foi relegado a segundo plano ou forçados a esta condição. Não raro, documentos são rasgados, queimados, abandonados e muitos, muitos mesmo, são enterrados sem contar sua história a seus descendentes. 

Os imigrantes eram vistos apenas como mão de obra, salvo raras exceções em que vinham com capital para implantar novos negócios na América. Isto a 140 anos atrás, no contexto da monocultura cafeeira e com fazendeiros ávidos pelo lucro, era a realidade. Os relatos que coletei em minhas pesquisas são diversos e bem expressivos, demonstrando a dificuldade na adaptação, o "não pertencimento" à nova terra e condições, a tristeza por não poder retornar as origens, o isolamento e a perda total da identidade. 

A Síndrome de Ulisses, ou doença dos imigrantes, é real e ainda faz estragos nos dias de hoje. Estamos falando da segunda e terceira geração de descendentes dos imigrantes sardos. E isto se estende para outros grupos e etnias, porque o Brasil é um país de imigrantes, com a genética e o espiritual ainda sendo trabalhados. Basta verificar o quanto ainda a mídia ocupa deste tema!

" ...É sabido que meu avô rasgou alguns documentos sardos e outros ficaram retidos quando fugiram da Fazenda onde trabalhavam como colonos, mas meu pai não soube onde isto aconteceu..."    

"Tentei contato com os principais cartórios, seguindo a trilha dos possíveis parentes de meus avós, mas todos, unanimamente, me informaram que nada havia de registro da minha família naquelas localidades."
Trechos de emails de Lucinha Dettori, em 11 de junho de 2015.

"Meu pai foi um sonho realizado. Queria conhecê-lo desde pequena. Era um homem que gostava de viver sozinho. Ficou feliz de me ver. Era muito preconceituoso, não gostava de pretos, de cristãos, não bebia e nem fumava."
Relato de uma prima, que conheceu seu velho pai sardo, "sistemático por natureza", mas de grande coração. Trecho do livro "A ILHA QUE ATRAVESSOU O MAR."

"Minha mãe vivia em conflitos com a família, não se adaptava a nada, abandonou a família e se entregou ao álcool. Éramos três filhos abandonados, porque meu pai "italiano" tomou seu rumo. Chegou ao ponto que minha mãe suicidou... Não sei dizer qual deles tinha raízes na Sardenha..."
Relato triste de um leitor anônimo, da "A ILHA QUE ATRAVESSOU O MAR".

"...ouvindo sugestões da vizinhança que a “fatalidade” de meu nonno era “contagiosa” (câncer de estômago) e, por ignorância da época, teria esvaziado todo seu guarda-roupa e queimado todos seus pertences no quintal. Tudo que estava no bolso das roupas, inclusive documentos pessoais do meu nonno, viraram cinzas."  
Trecho do livro "A ILHA QUE ATRAVESSOU O MAR", sobre os documentos dos ancestrais do Autor.

"Parecia irônico, o "HD" pouco tinha da memória do passado, entrou em conflito com a sopinha de letras e agora deu pane. As primeiras perguntas vieram à mente: Será que existem doenças específicas da imigração? São transmitidas geneticamente a seus descendentes? Teria atravessado o mar, arrastando a crise familiar vivida na Europa? Até onde o trauma do arrependimento de Giuseppe e Maria Annica, repercutiria nos seus descendentes? Se confirmada, quais os sintomas na história familiar? Onde encontrar vestígios de sua manifestação na família? Quais as atitudes da nova geração para evitar que uma padronização comportamental nefasta continue a estigmatizar a família? Que mudanças a segunda geração deve empreender para que envelheça sem somatizar estas heranças genéticas? Chorei copiosamente, desconsolado e só, ao ver meu pai desorientado com os fragmentos de memória, sedado por tarjas pretas..."  
Trecho do livro "A ILHA QUE ATRAVESSOU O MAR", sobre a constatação da doença de Alzheimer no pai do Autor da "ILHA QUE ATRAVESSOU O MAR".

Há estudos e teses que analisam a Síndrome dos Imigrantes, que são acessíveis aos leitores e explanadas no livro "A ILHA QUE ATRAVESSOU O MAR". É importante analisar bem os efeitos desastrosos da imigração no país, ainda hoje, sobretudo porque nosso Sistema de Saúde não aborda esta questão prioritária de saúde pública; tornando-se um problema silencioso na nossa sociedade; persistente por décadas. 

Jorge Fouad Maalouf, em sua tese de Doutorado em Psicologia Clínica, apresentada à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC em 2005, intitulada ― O sofrimento de imigrantes: um estudo clínico sobre os efeitos do desenraizamento no Self ― elucida os efeitos da imigração sobre gerações.

Outro artigo apresentado em 2009 pela portuguesa Dra. Chiara Pussetti, PhD em Antropologia Cultural e Pesquisadora Associada Sénior do Centro de Investigação em Antropologia (CRIA), intitulado ― Identidades em Crise: imigrantes, emoções e saúde mental em Portugal”, define o exato sentimento do imigrante e a falta de percepção dos políticos da época que alimentaram a ―salvação da lavoura‖, um exemplo próximo, vejamos:

"O endurecimento atual das políticas migratórias não favorece em nada a integração, mas antes pelo contrário contribuem para alimentar estereótipos promotores de um clima hostil e de recusa em relação aos estrangeiros. A sua "não colocação social" torna o imigrante num ser simultaneamente invisível e opaco, porque incomodamente presente, intimidativo enquanto símbolo das margens, do que a sociedade tenta excluir e pretende não ver; é o criminoso, o ilícito, o irregular e, portanto, o bode expiatório de qualquer problema social... A psicopatologia identificada no imigrante seria nesta visão o resultado da passagem árdua entre uma cultura e a outra, da falta de integração na sociedade de acolhimento, da crise identitária, da discriminação."

Hoje temos abertura e conhecimento para expor o assunto. Imagine o que passou os imigrantes do século XIX, nossos ancestrais. A maioria enfrentou, remoeu problemas e, por vezes, foi vencido por questões muito maiores daqueles da lida diária. E a genética transmitiu estes sofrimentos às gerações seguintes, que lutaram por adptar-se a "vazios e tristezas existenciais", ao "não pertencimento ao lugar" e, porque não, a práticas suicidas... E a mídia, independente do país e sua evolução social, enfrentam diariamente tais questões.  

Por que?!  Creio que a resposta é simples e está neste problema social, exposta geneticamente a uma parte sensível e fragelada das novas gerações. E o Brasil não escapa deste cenário, porque substituiu a mão de obra de escravos pela mão de obra de estrangeiros, iludindo-os para um paraíso que nunca existiu; em benefício dos barões do café. Atualmente, uns respondem a este "mal silencioso" com forte saudade no peito,  com o trabalho exaustivo, outros com dores físicas, psíquicas e espirituais e outros, no extremo da cegueira, dão cabo da própria vida e de quem estiver  ao redor... E mais uma vez, a mídia enxerga como "câncer da sociedade", "anomalias" ou "fatos isolados"; recusando-se enxergar a realidade histórica: somos um país de imigrantes e seus recentes descendentes... SOMOS FRUTOS DE UMA HISTÓRIA... não máquinas, força de trabalho, meros geradores de impostos, mas... seres humanos...

Para os que enfrentam estes dilemas, recomendo que ANALISEM suas árvores genealogicas, sua história, RECUPEREM a memória familiar (senão as enterrarão em breve), se necessário PROCUREM ajuda médica e espiritual, PERDOEM seus ancestrais por erros cometidos, REVERENCIE seus antepassados (gratidão por sua existência), BUSQUE suas raízes e FALE e ENSINE a seus filhos sobre a bravura e determinação de seus antepassados. A cura se dá pelo diálogo e no ambiente familiar. NÃO ESPERE QUE O GOVERNO O FAÇA. Foi o pivô do problema no passado e agora é apenas aquele que lastima, veta, fecha fronteiras, repreende e usa da lei para os infratores; sem aprofundar no problema que ele próprio criou...

SAUDAÇÕES A TODOS OS DESCENDENTES SARDOS, NO TERRITÓRIO BRASILEIRO E NO MUNDO.

KENT'ANNOS!
Do Autor.

domingo, 21 de abril de 2019

LIVRO IMPRESSO PELOS LEITORES - Homenagem


Alguns leitores do BLOG preferem o livro impresso "A ILHA QUE ATRAVESSOU O MAR", dado a limitação da leitura do PDF em tela, principalmente pelo fato de forçar a vista ou dificuldades do acesso. É com muita satisfação que tenho tido informações de leitores de Belo Horizonte, que buscam imprimir seus exemplares; ajudando a divulgar a genealogia dos sardos.

É uma recompensa de todos os esforços para qualquer pesquisador e escritor, ter sua obra lida e analisada por seus admiradores. São várias as palavras de apoio e afeto, após quase cinco anos de isolamento e muitas pesquisas noites adentro. Isto não tem preço, me revigora a prosseguir com os estudos e na ajuda de outros "oriundis". E, por todas as descobertas fascinantes, reflexões, angústias e alegrias do percurso dos imigrantes sardos (que ainda acorre com seus descendentes na segunda e terceira geração no país), que decidi disponibilizar gratuitamente a obra no Blog.

No meu entendimento, intrinsicamente o conhecimento traz o fruto da sociabilidade, do compartilhamento e da alteridade. Guardado para si, não tem nenhuma outra função, a não ser levar para o túmulo. CHEGA DE ENTERRAR A HISTÓRIA!!! Vamos trazer ela a tona! Para que todos tenham a oportunidade de conhecer, divulgar e reverenciar suas raízes...

Agradeço a todos colaboradores e motivadores de meu trabalho. Sempre que precisarem, estarei a disposição de passar e trocar informações de nossos ancestrais sardos.

Sinval Vinicius Melo Santos, leitor e divulgador do livro em Belo Horizonte - MG. 


Leitor de Belo Horizonte, imprimindo o livro "A ILHA QUE ATRAVESSOU O MAR".






IMAGEM AÉREA DE VILLASALTO, SARDEGNA - Localização geográfica

VILLASALTO

Villasalto é uma comuna italiana da região autônoma da Sardenha do Sul, província de Cagliari, com cerca de 1.351 habitantes. Estende-se por uma área de 131 km², tendo uma densidade populacional de 10 hab/km². Faz fronteira com Armungia, Burcei, Dolianova, San Nicolò Gerrei, San Vito, Sinnai, Villaputzu. Código postal: 09040  

Fonte: Wikipédia

Em sardo:  Bidda de Sartu or Bidda de Saltu ("cidade do interior")
Registros históricos apontam sua existência no ano de 1240, como pequena vila feudal.

BERÇO E ORIGEM DA FAMÍLIA CAPPAI 






EMAILs dos visitantes do BLOG "Família Cappai".

EMAIL 22/04/2019
Sinval Vinicius de Melo Santos 

"Livro maravilhoso, uma história fantástica de vida, um homem que não deixou para trás sua identidade sarda e superou obstáculos ancestrais".

EMAIL 20/04/2019.
Glaycon Gomes de Araujo, filho de Iltes Capaz, de Resplendor-MG. Atualmente residente em Vila Velha ES.

“Não há registros fotográficos, até o momento, de Daniele e seus antecessores. Fiz contato com as filhas de Sebastião Rodrigues Capaz, mas não tem registros fotográficos. Estamos tentando algum contato com outros familiares, pois a maioria mora no interior do ES, com os quais estamos sem contato há anos.

Daniele teve sete filhos, se não me engano. Sobre a sua pergunta de saber onde foi sepultado o Giuseppe Cappai, quem eu perguntei não soube informar. Mas vou procurar mais. Infelizmente meu tio Ilto, filho mais velho do Sebastião faleceu anos antes dessa pergunta chegar até a mim. Ele certamente saberia. 

Ainda não fui para a Itália, devido as retificações que devem ser feitas nas certidões de meus ascendentes. Os cartórios fizeram "uma lenha" da árvore genealógica. Daniele nasceu CAPPAI, casou CAPAIS, morreu sem nome da mãe com a idade errada e Daniel CAPAZ, na certidão de óbito. Esse é o nome que depois vai se repetir até a certidão de nascimento de minhas tias, pois na certidão de nascimento de minha mãe já fizeram outra lambança. Todo mundo ficou como “Capases”. Apenas a assinatura do meu avó ficou como Sebastião Rodrigues Capaz (Ninguém sabe explicar a origem desse sobrenome, acham que foi uma homenagem a um amigo do Daniele).”

EMAIL 23 de julho de 2018
Fabiano José Pereira de Oliveira

“Não tenho nada de nossa família, somente algumas certidões. Estamos no Espírito Santo e vamos dizer assim, que não tenho muito contato com os parentes de minha mãe, que é a Capaz da família, Ilza Maciel Capaz, filha de Sebastião Rodrigues Capaz que é o filho de Daniel Capaz.

Meu avô morreu quando eu era muito criança, e não me lembro de trocar uma palavra com ele.. somente o "benção vô". Era um sujeito muito rígido, que inspirava certo medo em nós crianças.

Isso tudo começou há uns dez anos atrás, mas após atritos de como se fazer o processo, gastos, etc, acabou que não fluiu nada... e como a mãe e irmã de minha esposa moram em Portugal, tenho vontade de ir para lá também. Então estou tentando sozinho mesmo, se ficar esperando pelos outros não dá em nada novamente. A estória toda foi de ouvir boca a boca que alguém da família era Italiano, aí uma prima minha conseguiu as certidões resumidas e eu fui atrás das de inteiro teor.”

Daniele Cappai (Daniel Capaz, Daniel Capais)
Casado com Maria José Diana, no dia 27/12/1919 em Palma/MG
Morreu em 19/04/1966 em Paiçandu, Distrito de Água Boa/Paraná
Daniel foi pai de Sebastião Rodrigues Capaz, que foi pai de minha mãe Ilza Maciel de Oliveira (Capaz)

EMAIL 20/04/2019
IGOR MELO

“Boa noite Cappai, vi que sou como você, constantemente com saudade de uma terra que não conheço, de um idioma que lembrava-me de casa.  Está no DNA a marca que nunca se apaga, confirmei 19% sardo, busco agora as raízes desse povo.”

EMAIL 17 janeiro 2019
Claudine Cinus

“Bonjour, Je suis contente de voir une photo de mon grand cousin au deuxième degré. Maria Annica Gessa doit être la soeur de ma grand mère Massima Gessa. Mes arrières grands parents sont Raimondo Gessa et Barbara Congiu de Sardaigne Villasalto. Toutes mes salutations.”

EMAIL 9 Desembro 2018
Mirian Capaz de Souza

“...consegui a certidao de nascimento do meu avô Henrique capaz...filho de Antonio capaz ...( filho de Cappai Giuseppe e Gessa Maria Annica). O que passa é que na certidao que nos mandaram esta escrito (jose capaz e ana gessa) neste caso o que eu teria que fazer? Se você sabe e puder me ajudar...te agradeço..ainda nos falta  a certidão do bisavô Antonio e as informaçoes que tenho são que ele casou duas vezes...e faleceu na cidade de Governador Valadares...assim que tivemos mais informações, te passo. Muito obrigada.

EMAIL 11 de nov de 2018
Veronica Aprigio Capaz

“Comecei recentemente a busca por informações que me levassem ao primeiro italiano da família que chegou ao Brasil. Tudo que encontrei no arquivo público do estado do Espírito Santo foi um registro de Salvador Capaz e mais nada. Não há registro de quando entrou no Brasil ou se tinha filhos e esposa.
Pesquisando um pouco mais cheguei no seu blog e fiquei muito surpresa com quanta  informação você conseguiu colher a respeito dessa rara família. Imagino que deu muito trabalho. O motivo da minha pesquisa é justamente para o reconhecimento da cidadania Italiana. Você estaria disposto a me ajudar com mais alguns detalhes sobre em que cidades e cartórios você conseguiu os documentos? Já liguei para alguns cartórios aqui no Espírito Santo mas sem sucesso até o momento. Desde já agradeço!”

EMAIL 4 de set de 2018
Tiago da Silva Dias

“Moro em Colatina-ES, sou filho de Marlena Capaz Dias, neto de Armando Capaz (irmão do Sr. Sebastião Capaz, pai de Fabiano) e bisneto de Daniel Capaz.
Entro em contato contigo para que parabenizar pelo seu blog, pois assim ajudou a conhecer melhor a origem de nossas raízes. O caminho que eles trilharam, se espalhando pelo Brasil, cada qual, buscando o melhor para sua família é, sem sombras de dúvidas, de muito orgulho, pois isso explica esse desejo de sempre buscar o melhor para minha família.
Meu avô (Armando), fora nasceu em Castelo-ES (antiga Villa de Castello, época que ainda pertencia a Cachoeiro de Itapemirim - ano de 1929). Casou-se em Resplendor-MG em 1950 e, registrou o nascimento de minha mãe em Mantena-MG em 1959, vindo a falecer em Vila Valério-ES, em 2004. Armando, por sua vez, deixou como filhos: Marlena, Nair, Matilde, Maria Rosa, Zélia, Ailton, Altamiro, Altair, Armando Filho, José, Vantuil e, Nilson (falecido). Atualmente estou em contato com Fabiano, filho de Sebastião, seguindo juntos em busca do reconhecimento da cidadania, como descendentes de Daniel Capaz.
Obrigado por dedicar um pouco de seu tempo em carregar esses conteúdos em seu blog e, assim, nos brindas com essa bela história de nossas antepassados. Forte abraço.”

EMAIL 21 de out de 2018
Sem identificação

“Meus ancestrais são sardos de sobrenome um pouco diferente, MOCCO e PIREDDA.”

EMAIL 10 de jul de 2017
Lucas da Silva Capaz

“Oi meu nome é Lucas da Silva Capaz .E queria saber mais sobre meu sobrenome e conhecer minha família”

EMAIL 23 de jul de 2015
JEFFERSON CAPAZ

“Eu moro em Vitória E/S, nasci em Leopoldina M/G no ano de 1977, sou filho de Rita luzie Capaz que nasceu em 1959, a sua mãe que no caso é minha avo Maria Aparecida Marques Capaz ( Faleceu em 2002 ) minhas tias Eni Capaz, Maria Filomena Capaz, José Antonio Capaz e Jorge Pereira Capaz todos vivos a maior parte ainda mora em Leopoldina meu avó Antonio Capaz eu não conheci faleceu quando a minha mãe era criança, sei que minha avo teve uma irmã gemêa na cidade de Volta Grande MG, não sei se ela ainda é viva, não sei o nome, e meus bisavos (a) não sei os nomes pois não conheci...Grande abraço”

AGRADEÇO A TODOS OS VISITANTES DO BLOG E AOS CURIOSOS E PESQUISADORES DA GENEALOGIA SARDA.

GRAZIE MILLE A TUTTI, SARDOS NEL MONDO.

KENT'ANNOS!


segunda-feira, 1 de abril de 2019

PASSO A PASSO NA CIDADANIA

A seguir, temos o "Passo a passo" simplificado de como obter a cidadania, através da postagem no Instagram de uma especialista no assunto. Por razões de crédito, está preservada a citação da fonte. As informações são úteis aos "oriundis", interessados na cidadania.





Cancelamento de Cidadanias e Passaportes italianos

Esquema ilegal de concessão de cidadania italiana, envolvendo sete brasileiros e, segundo reportagens, até um padre italiano da Paróquia de Pádua, levará ao cancelamento de 800 cidadanias e 200 passaportes. Estes documentos ilegais atingem a região de Verbania e Novara (região de Piemonte, norte da Itália). Há informações que consultores brasileiros falsificaram documentos, o que levava os cartórios a certificarem que os interessados na cidadania eram moradores destas províncias.

A megaoperação que investigou este esquema fraudulento, durou um ano. A notícia foi divulgada neste mês de março de 2019 e deve repercutir e atemorizar boa parte dos brasileiros que conseguiram ou pretendem conseguir sua cidadania na Itália. Calcula-se que o prejuízo seja da ordem de 5 milhões de euros. A investigação foi batizada de "Esquadrão de Voo".

Isto não assusta o autor deste Blog. No ano passado, após quatro anos de espera e muitos gastos com documentos, traduções e apostilamentos, eu estava pronto para apresentar a documentação no Consulado Italiano de Belo Horizonte. Não consegui meu agendamento para apresentar os documentos; vindo a descobrir um "esquema" de monitoramento das vagas por oportunistas. As vagas são disponibilizadas pelo Consulado Italiano no "Prenota on line". Certamente são experts em informática. As vagas monitoradas e asseguradas por terceiros desconhecidos, que não tiveram o trabalho de esperar quatro anos na fila, são vendidas abertamente na internet. Cheguei a localizar até por 3.000 reais, mas optei em perder todo meu tempo e investimento, por questões de princípios...

Sofri por terminar nesta parede, sem quaisquer resultados. Mesmo assim, não devemos alimentar a corrupção e fraudes. Quem procura "facilidades", acaba alimentando o crime. NÃO ACEITE O QUE FOR ERRADO. DENUNCIE. É uma vergonha para nosso país, a existência destes bandidos, que denigrem nossa história e dificultam a vida dos "oriundis" que resgatam suas raízes...


sábado, 17 de novembro de 2018

LIVRO GRATUITO, DISPONÍVEL NESTE BLOG.


Caros leitores e seguidores do BLOG "italianocapaz":

Continua disponível gratuitamente neste Blog, o livro "A ILHA QUE ATRAVESSOU O MAR", com 220 páginas de informações sobre a rara imigração sarda para o Brasil. Há também curiosidades da imigração italiana, uma vez que a ilha da Sardenha faz parte da Itália, sobre o processo de pesquisa e busca da cidadania italiana, assim como curiosidades históricas e geográficas da Ilha da Sardenha. Vale a pena ler o livro e conhecer sobre a imigração, que muito contribuiu para o desenvolvimento do Brasil!

Faço também uma pesquisa bibliográfica sobre a "Síndrome de Ulisses", conhecida também como a Síndrome dos imigrantes, que aflige milhares de imigrantes e seus descendentes, ainda hoje. Como representante da segunda geração de sardos no Brasil, jornalista e especialista em historiografia, faço um aprofundamento da pesquisa acadêmica em torno deste tema, buscando elementos que separaram, de 1903 até os dias de hoje, a família CAPPAI em três instantes históricos. Esta separação, originada na malograda imigração (principalmente pelas campanhas e falsas promessas do governo mineiro, documentadas na Itália), levou a geração de meus pais e a minha a não falar o italiano ou sardo e a não conhecer a história e a cultura da Sardenha. Esta desagregação acarretou problemas psicológicos profundos, conscientes e inconscientes, que se arrasta por gerações. E aprofundo na análise destas questões, na vivência que tive com meu pai João Capaz de Oliveira e seus relatos de meu avô Raffaele Cappai, que não naturalizou brasileiro e foi enterrado em Leopoldina - MG. 

O livro levou quase cinco anos para ser escrito, dada a falta de informações, a árdua garimpagem que dependia de fontes brasileiras e italianas e a pequena família que está espalhada nos Estados de MG, RJ e ES, distanciados pelo tempo e pela história. Utilizo este Blog, a partir do término deste livro, para avançar nas pesquisas e, quem sabe, fazer sua reedição.

Boa leitura a todos que atravessaram o mar...
Grazie mille.