50 anos para descobrir...
José Capaz – 31/01
Nasci em terras distantes, longe da terra natal,
Vazio d’alma de uma terra que não conheci,
Mas cultivo a energia de viver nova vida, além-mar.
Lembranças se formam, misturadas a sentimentos díspares,
Alegre, encontro velhos e amarelos documentos,
Eta! tristeza resignada, do tempo perdido e do anseio da
procura.
Acaso sou Giuseppe, acaso sou Antônio, acaso será apenas
eu,
Quanta trama, no fundo da alma que não cessa de
perguntar,
E que às vezes se cala, emudece pela temporalidade da
escolha.
Sono
sardo, mi sono perso, perso come un bambino.
Acaso espera o tempo?! Farei retornar a esta terra jamais
experimentada?
Que registros há neste solo, que me atrai como o imã a
limalha,
E quão grande é a distância que nos separa dos sonhos.
Oh! Deus, que mosaico virou a vida, quando as raízes
afloraram,
Quando poucas respostas vieram pela insistência de seu
servo,
Rasgando a terra que parecia firme, convicta, agora
fértil de indagações.
Sempre gostei do mar, de navegar, da pesca e da brisa,
Que diria as palmeiras dançando ao vento, no frescor
arrancado pelo olhar,
Do cantar das águas do rio, que desaguava no espírito
irrequieto,
E o lavrar da madeira metamorfoseando-se em “mamutones”,
Horas martelando a madeira, criando vida.
E lá estava ela, a ilha que concentrava no coração, do
esquelético ser,
Agora preenchido pela descoberta de que não era um ser
isolado,
Este minúsculo ser perdido no nada, na complexidade do
nexo,
Mas sim era a ilha que habitava no mais profundo de
minhas memórias,
E assim, nas entranhas do DNA, dos Memes, no borbulhar
dos pensamentos,
Está a ancestralidade sarda que atravessou o mar...
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