terça-feira, 11 de junho de 2013

O Futuro da Sardenha a Deus pertence...

Falar dos rumos e do destino da Sardenha é como sentar no banco dos réus sem ter nenhuma culpa, é sofrer na pele o massacre de toda uma história e cultura milenar, é estar a mercê das armadilhas do capitalismo que dilacera e destrói a beleza, a riqueza biológica e a dignidade do morador da ilha, do pecuarista ao investidor, sem dó e discernimento. A Ilha da Sardenha que teve em toda sua história invasores sedentos da pilhagem de suas riquezas, inclusive reportada em sua bandeira a vitória contra os sarracenos, agora é alvo dos interesses capitalistas.

Pelo que li até agora em materiais da NET, pude perceber três abordagens quanto ao destino da ilha da Sardenha, são eles:

1) INDEPENDÊNCIA JÁ! 

Desde 1974 há movimentos para "separar" a Ilha do Continente Italiano. A ilha tinha sua própria moeda, o Sardo; tem autonomia, mas ainda está atrelada às questões políticas e ao governo italiano. A meu ver, a cultura sarda, fortemente agrária, lingua e costumes diferentes da realidade do continente, teve a desastrosa mudança com a implantação do Euro. 

2) A ILHA ESTÁ À VENDA.

No ano passado, o deputado europeu Mario Borghezio, apresentou uma proposta muito suspeita e capitalista, que desconsidera todo o passado histórico e cultural da ilha da Sardenha. Propõe que a Itália, para sair da dívida, coloque à venda a Sicília, Napoles e a Sardenha, ou seja, ceder estes territórios meridionais a estrangeiros; principalmente aos EUA ou Rússia.  Na opinião de Borghezio, somente os bilionários russos ou americanos são capazes de vencer a “Cosa Nostra” da Sicília ou a “Camorra” napolitana. Parece loucura, mas deixa claro a importância que tem a Sardenha e estes territórios para a Itália, senão amortizar uma parte da dívida italiana de dois trilhões de euros. No passado, por uma crise na transição histórica, a Itália provocou a segunda maior diáspora da história da humanidade depois dos hebreus, despachando boa parte de seus cidadãos em condições sub-humanas para a distante América. Dá para perceber, como descendente de italiano, o quanto este país trata seus maiores valores...

3) ZONA FRANCA

A Itália poderia transformar a Ilha da Sardenha em Zona Franca, abrindo as portas aos bilionários, investidores, negócios de toda ordem, transformando a ilha num paraíso fiscal e reduto capitalista; o que acabaria por massacrar a cultura agropecuária e a rica história e antropologia local. A meu ver, como jornalista e historiador, conhecendo “an passant” esta proposta e os exemplos no continente americano, não vejo senão um grande problema a “Zona Franca”, sem estudar detalhadamente as implicações antropológicas e culturais a médio/longo prazo de tal decisão. A estratégia já existe, pois 66% das bases militares italianas estão na Ilha da Sardenha. Para mim, uma medida como esta só servirá aos interesses da Itália e não da Sardenha.

“Historicamente, somos uma comunidade étnica distinta e homogênea, e em nome desta realidade, exigimos nossos direitos, não só na Itália, mas na frente de todo o mundo civilizado".
Antonio Simon Mossa
Ideólogo do Separatismo Sardenha

Isto explanado, dentro de meus parcos conhecimentos, tendo parte de mim um espírito sardo, que deseja o melhor para a terra de meus ancestrais, desejo que a independência venha para a Sardenha como a magia petrificada e mágica de seus Nuraghs que se perpetua no tempo e com a firmeza das leis de Eleonora d’Arborea que marcaram história e a Paz natural e bucólica que dá energia a seus centenários residentes.



Que o patrono São Miguel Arcanjo e Nossa Senhora de Bonária, mãe dos Navegantes, coloque no caminho certo a Ilha da Sardenha e seus moradores. São os desejos de um descendente sardo, distante do berço de seus ancestrais, aqui no Brasil, além mar...



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