O
Mar de Shardana
José Capaz – 02/11/2016
Cappai, sardos de
sangue e alma fortes,
Raízes viris,
profundas e enraizadas ao relento,
Herdeiros da milenar
Shardana, “popolo di mare”,
Origens
mediterrâneas, megalíticas e relevantes, o tempo.
Lavorava em tempos
idos os vinhedos villasaltesi,
Sobre pedras
enigmáticas de Nuraghes, cabras ao horizonte.
O mar como fronteira,
no coração mole de rochas insondáveis,
E, incontinenti, no
“Risorgimento”, arrancaram-lhes a
terra.
Cappai, família sem terra,
identidade provocada,
Genética flamejada
de Giuseppe e Maria Annica, família ao mar.
O olho perfurado
pela colheita nas vinhas, de sua filha Maria,
Preconiza, além das
montanhas de Biddesatu, tempos de
carestia.
Chama viva consome a
alma, sacolejada por veredas incertas,
De prosaicas
cantigas dos “gens” que decidiram pelo
mar,
Falam guerreiros e
aventureiros d’outrora, ventos arredios.
Trouxeram ao
sacolejo das ondas seis filhos, para América conquistar.
Cappai, destroçado
pela rara travessia, morre Maria,
Memorizando na
América a nevada Gernnagentu, divide
a família.
Giuseppe só,
imigrante destemido, agoniza sem meios de rever sua ilha.
E, em serras
capixabas, espírito de Shardana, há sempre de avistar o mar.
Oh! Giuseppe! mio bisnonno, história perene que me
encanta,
Neste Dia de Finados, aqui na serra da
Mantiqueira, distante do mar.
Giuseppe, Maria
Annica, Antonio, Maria, Salvatore, Filomena, Danielle, Raffaele,
Renascem todos na inquietude
da alma, a ilha que anseio reencontrar.
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