domingo, 4 de janeiro de 2015

Palavras ao meu pai sardo-mineiro - Parte III



TRANQUILIZA SEUS PENSAMENTOS E SEU CORPO, porque venceu o bom combate.

A morte chega a todo vivente, e não se deve resistir e cultuar o corpo, é apenas um empréstimo. Somos espíritos com experiência de corpo, como diz os preceitos da velha religião na Sardenha.
Não devemos torturar com pensamentos e rancores em vão, quem nos acompanha a jornada. As inquietações do velho combatente devem ser estancadas, porque um novo tempo há de vir.
Toma como exemplo os centenários desdentados da Sardenha, com o riso maroto no rosto. As rugas dos sofrimentos não apagaram a singeleza e a tranquilidade de suas almas.
Pelo contrário, tomam seu vinho, caminham ao sol, conversam nas praças e são amigos entre si. Os geneticistas estudam o DNA dos velhos da Sardenha para saber por que vivem tanto.
Após ler e comungar pensamentos ancestrais, posso dizer que entenderam o sentido da vida. Nossos ancestrais Giuseppe e Maria, Raffaele e irmãos, não morreram. Está aqui nestas palavras.
Creio que voltaram juntos para a ilha, a que todos os residentes chamam de “ilha paraíso”.
A ilha de nossos ancestrais reporta à antiga Atlântida, uma terra de grande energia concentrada. Historicamente, foi repetidas vezes invadida por bárbaros e protegida bravamente pelos sardos.Quantas vezes nosso “paraíso” interno, o equilíbrio pessoal é invadido ao dia? Uma bárbarie. E quantas vezes, esta invasão, clama pelo ideal de termos a família, toda unida perto de nós?

Giuseppe e Maria sonharam um dia em ter uma fazenda para toda família, gravado em nosso DNA. Uma comunidade agrícola autossustentável, que você sonhou e eu também sonhei, uma utopia.

Mas hoje temos a missão de perpetuar a história, a saga da família Cappai.

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