A luta por uma identidade italiana (italianitá) foi uma batalha que os imigrantes, e seus descendentes, tiveram que travar em terras brasileiras. Nesta luta, teve importância a política do governo de Mussolini que buscava resgatar um sentimento de orgulho “de ser italiano" fora da Itália. A italianitá teve um caráter político, com a adesão de muitos imigrantes e descendentes, ao fascismo, o que envolveu também a Igreja, a escola, as associações beneficentes, profissionais e a imprensa. A língua foi um ponto importante, pois o falar italiano era instrumento estratégico de união étnica. E isto preocupou o governo brasileiro...
O uso do idioma no Brasil entrou em
declínio desde a década de 1930, com a "Campanha de Nacionalização" do Governo
nacionalista de Getúlio Vargas que proibiu seu uso, tanto escrito, como oral. Falar
italiano em lugares públicos e privados no Brasil era considerado ofensivo e
falta de patriotismo. Os italianos e descendentes foram de certa forma
obrigados a aprender o português. Houve grande repressão policial nas colônias,
inclusive pessoas foram presas e espancadas por falar o italiano. O mesmo ocorreu com o idioma alemão. Isso contribuiu para que se
criasse um estigma, onde muitos pais simplesmente
optaram por não transmitir a língua para os seus filhos, visando protegê-los. Somente em lugares afastados e de difíceis acessos, onde a repressão não chegou, como em poucos lugares na serra capixaba (ES) e no Rio Grande do Sul, ainda possuem hoje colônias que falam internamente o idioma de origem, alguns dialetos.
E é por isto que meu pai João Capaz de Oliveira (Primeira Geração) e meus irmãos (Segunda Geração) não falamos italiano. Por questões políticas e de repressão histórica. Sentimos muito por isto. Mas agora, estudando a história dos ancestrais e a cidadania, entrarei numa escola para aprender o idioma de meus bisavós.
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